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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Mais um dos meus poemas dedicados às "confusões" da língua :-D

O PINTO AÉREO

Era uma vez um pinto,
Estudante, por sinal;
Estava sempre distraído,
Era aéreo, o animal.

Estava nas aulas pensativo
A sonhar com os intervalos.
Se a professora o chamava
Dizia:”Sim, gosto de cavalos!”.

Toda a turma ria, ria…
Sempre que o pinto abria a boca
Não dizia nada certo.
Mas que grande cabeça oca!

Chegou então o fim do ano,
Toda a turma estava vaidosa!
Todos, menos o pinto sonhador
Que levou para casa a raposa.

Foi aqui que começou
Uma grande confusão.
O pintainho chega a casa
Com as notas da escola na mão.

Eis que o pai sai alvoroçado
Do seu calmo galinheiro,
Corre a gritar espavorido,
Berra pelo quintal inteiro:

“Trouxe para casa a raposa!”
Diz ele com convicção.
“Mas que pinto preguiçoso,
O meu filho mandrião!”

As galinhas, que apanhavam,
Descansadas o milho do chão,
Desatam a correr desnorteadas.
Nunca vi tal aflição!

Pensavam que a raposa
Era o tal bicho matreiro
Que às vezes espreitava
Lá para dentro do terreiro.
(Lucinda Cunha)