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sábado, 1 de dezembro de 2012

Ficha de leitura que saiu ontem em slideshare


 
 



 

 

Ficha de aferição da leitura do conto “A pesca da baleia”, de Raul Brandão

 

I-             Leitura

Depois de leres o conto com atenção, responde às questões com frases completas:

 


1)    A pesca da baleia era uma prioridade na vida das gentes dos Açores.

1.1.        Retira segmentos textuais que comprovem a afirmação anterior.

1.2.        Que cerimónia ficou a meio quando a baleia foi avistada?

1.2.1. Explica a ironia presente nessa situação.

 

2)     Ao longo do conto há sensações que se realçam, sobretudo o olfato.

2.1. Retira do texto segmentos que comprovam o mau cheiro que sempre está associado à pesca da baleia.

2.2. Também a visão desempenha um papel importante neste texto.

           2.2.1. Que cores surgem realçadas e associadas a que elementos/ situações?

 

3)    Procura investigar a simbologia do número sete, associando-o ao seu uso no texto, e referindo outras situações em que é usado.

 

4)    Que perigos recaem sobre os pescadores pelo facto de a pesca ser artesanal?

 

5)    Caracteriza as baleias, segundo as informações retiradas do texto.

 

6)    Refere o recurso estilístico presente na expressão “É uma coisa que faz parar o coração, é um quadro imenso e duma frescura extraordinária.” e o seu valor expressivo.

 

7)    No conto, os americanos são criticados. Porquê?

7.1.        Refere a expressividade da comparação “matando sempre, como se a sua missão fosse sujar a grande pureza do oceano.”

 

8)    O narrador refere-se à baleia como um “bicho inocente e estúpido”. Porém, o narrador relata duas situações que mostram que este animal é capaz de atitudes próprias dos humanos. Refere-as.

 

9)    O narrador afirma que “o homem impressiona-me ainda mais que a baleia”. Porquê?

9.1. Em que medida poderá esta afirmação estar relacionada com a moral deste conto?

 

10) Retira do texto três expressões que retomam o nome “baleias”.

 

11) A pesca da baleia é um negócio muito lucrativo. Segundo o narrador, tudo da baleia se aproveita. Prova esta afirmação de acordo com as informações do texto.


12) O que significa a expressão “trancar para quebrar”?

12.1. Quem era o trancador?

 

13) A pesca artesanal da baleia é uma verdadeira epopeia.

13.1.      Procura do dicionário o significado da palavra “epopeia” e transporta-o para o contexto deste conto.

 

14) Que importância tem o vigia durante este esforço coletivo?

 

15) O que é considerado mais difícil durante a pesca da baleia?

 

16) Classifica o narrador quanto à sua presença e retira do texto, pelo menos, dois segmentos textuais que comprovem a tua resposta.

16.1. O narrador termina o seu relato referindo as situações que mais o marcaram naquela experiência. Enumera-os.

 

II- GRAMÁTICA

1)    Retira do texto hipónimos do hiperónimo “ilhas dos Açores”.

1.1.        Elabora uma lista de cinco hipónimos do hiperónimo “mamíferos marinhos”.

 

2)    Agora, procura merónimos do holónimo “baleia”.

 

3)    Associa os recursos expressivos que se seguem à sua definição:

Recursos expressivos
Definição
 
 
 
a) metáfora
b) enumeração
c) adjetivação
d) assíndeto
e) comparação
f)  hipérbole
1- Supressão de elementos de ligação (geralmente conjunções coordenativas copulativas) entre diversas palavras de uma frase ou entre várias frases;
2- Recurso a termos exagerados na apresentação de uma determinada ideia;
3- Aproximação entre dois conceitos ou duas realidades, que partilham entre si a mesma característica;
4- Aproximação de duas ideias ou realidades a destacar as suas semelhanças ou diferenças, através do uso da conjunção como ou de outras palavras de valor equivalente;
5- Exposição sucessiva de vários elementos, geralmente da mesma classe gramatical, apresentados de acordo com uma determinada linha lógica;
6- Recurso ao adjetivo de forma a realçar as características de uma cera realidade.
 

 

2.1.        Identifica os recursos expressivos, associando os excertos da coluna A às hipóteses da coluna B:

COLUNA A
COLUNA B
a)    “o gorduroso barracão de madeira, tudo negro, enfumado e fétido”
b)    “O mar desmaia, mais etéreo que o céu”
c)    “A canoa voga suspensa na atmosfera”
d)    “Metem-lhe dentro sete homens, o arpão e a lança”
e)    “São os grandes devoradores dos monstros que na água glauca esperam a presa como sacos coroados de tentáculos”
f)     “cauda horizontal apartada ao meio como a cauda da andorinha”
g)    “Pus-me a olhar para aqueles monstros desconformes e maciços”
h)    “digere à tona da água, inerte como um saco cheio”
i)     “Só depois que lhe vi abrir a cabeça, melancia preta desconforme e toda de branco”
j)     “em tábuas amarradas ao costado, cortam, içam, despedaçam as banhas do bicho.”
k)    “Ao lado, no barco, vai a lança, que é maior, para acabar este monstro do tamanho de um prédio.”
l)     “ninguém diz palavra inútil: homens, barco, arpoador e arpão”
m)  “com o risco de os arrastar para o fundo,  e leva-os, numa velocidade de expresso, pelo mar fora”
 
 
 
 
1) metáfora
2) enumeração
3) adjetivação
4) assíndeto
5) comparação
6) hipérbole
 

 

4)    Reescreve a primeira frase do conto, colocando os verbos no futuro do indicativo.

3.1. Agora, transforma as frases seguintes, substituindo os complementos sublinhados por pronomes pessoais:

a) O vigia avistará a baleia.

b) As mulheres largarão os funerais se for preciso.

c) Os pescadores seguiriam as baleias durante dias, se fosse preciso.

d) O narrador fez o relato do que viu nos Açores.

e) As gentes da ilha contarão os feitos dos baleeiros durante anos.

f)  As gentes da ilha contarão aos netos todas as aventuras.

g) As gentes da ilha contariam aos netos todas as aventuras.

 

BOM TRABALHO!          A PROFESSORA: Lucinda Cunha

 

PROPOSTA DE CORREÇÃO: (a análise deste conto é da minha autoria – procurei na internet e não encontrei nada, pelo que construí a ficha de raiz - e fica aqui uma proposta de correção que poderá ser melhorada J )

NOTA- no 7º ano não está previsto o estudo da hiperonímia e holonímia, mas penso que pode ser aflorada, até porque faz parte do programa do 8º ano e o texto dispõe-se a isso.

I

 

1.1.                A pesca da baleia era uma prioridade nos Açores, já que, mal o vigia deu sinal, “todos os homens desataram a correr para as canoas”. Largavam-se todas as cerimónias a meio para correr para o mar: “Deixam um casamento ou um enterro a meio…”. Até o juiz permitia que se interrompesse um julgamento.

1.2.                A cerimónia que ficou a meio foi um funeral.

1.2.1.                    Esta situação revelou-se irónica pois o funeral era o de um baleeiro que falecera poucos dias antes no mar.

2.               

2.1.                “cheiro horrível, que faz náuseas e que se entranha na comida e no fato”; “tudo negro, enfumado e fétido”; “Mais fartum…”.

2.2.1. As cores que surgem realçadas neste texto são essencialmente três: o azul, o vermelho e o preto. O azul sempre ligado ao cenário que envolve os baleeiros, isto é, ao mar e ao céu; o vermelho refere-se à enorme quantidade de sangue derramado; e o negro associa-se ao fumo que sai dos caldeirões que derretem a carne da baleia e de onde se retira o óleo.

3. O sete é considerado o número da perfeição, uma vez que Deus criou o mundo em 7 dias, são 7 as notas musicais e as cores do arco-íris. Não é por acaso que quando alguém se sente bem diz que está “no sétimo céu” ou então nas suas “sete quintas”. Diz-se também que a raposa é o mais manhoso dos animais tendo, por isso, 7 manhas. O número 7 está associado a muitas realidades, o que mostra a sua importância e enorme simbolismo. Neste conto, são sete os homens que vão na canoa em busca da baleia, o número perfeito segue em busca da aventura.

(poderiam ainda referir que são 7: as virtudes; os pecados mortais; os sacramentos; os dias da semana; etc…)

4. Os homens arriscavam a sua própria vida para conseguirem apanhar a baleia. Muitas vezes partiam ossos ou ficavam gravemente feridos quando a baleia se virava contra eles. Em último caso, poderiam mesmo morrer.

5. As baleias podem, segundo o texto, pesar “cem toneladas”; a cabeça é enorme e “quadrangular, que é o terço do corpo”; daí para baixo vai “arrendondando e diminuindo até à cauda”; a “barbatana curta e grossa” e a “cauda horizontal apartada ao meio”; a baleia não tem dentes; os olhos são “pequeninos”; apesar de enormes são bichos ágeis e rápidos; são animais “tímidos”; os machos solitários viajam sozinhos, mas as mais novas juntam-se em grupos; ouvem muito bem e são capazes de atos de “ternura e sacrifício” pelas suas crias, preferem morrer quando a cria é apanhada…

6. Trata-se de uma metáfora e reforça a beleza que existe na visão de um grupo de baleias que ora mergulha, ora vem à tona para respirar. É um belo quadro que sensibiliza e emociona o narrador.

7. Os americanos são criticados por pescarem da maneira industrial, em grande massa, o que coloca em perigo de extinção as populações de baleias, por oposição à pesca primitiva praticada nos Açores.

7.1. Esta comparação é usada para realçar a mortandade levada a cabo pelos grandes navios baleeiros americanos que só pensam no negócio e no lucro, sem se importarem com o número importante de baixas que causam e que pode pôr em cheque as populações mundiais de baleias. A pureza do oceano vê-se, assim manchada pela ganância humana.

8. Em primeiro lugar, diz-se que a baleia é um animal capaz de sentir um profundo amor maternal, um sentimento tão forte que prefere morrer a deixar para trás o seu filho capturado. Em segundo lugar, as baleias que conseguem escapar ao ataque, não esquecem a afronta e atiram-se aos baleeiros, meses depois do ataque falhado, mostrando, assim, serem vingativas.

9) O narrador fica impressionado com o descomunal tamanho do animal, mas é o homem que verdadeiramente impressiona, por ser tão minúsculo e frágil, mas ao mesmo tempo corajoso e determinado.

9.1. De facto, a grandeza muitas vezes não está no tamanho do corpo, mas no do coração, isto é, são grandes aqueles que seguem os seus sonhos e lutam por eles, arriscando perder tudo, mesmo a vida, até porque faz parte da alma humana esta vontade de vencer os obstáculos e de não desistir perante as contrariedades.

10. Ao longo do texto surgem várias palavras/ expressões que substituem a palavra “baleia” como, por exemplo, “monstros desconformes e maciços”, “bicho inocente e estúpido”, “coisa monstruosa e zincada”, “monstro do tamanho de um prédio”, “bicho enfurecido” …

11) De acordo com o narrador, a carne, o óleo e o âmbar valem fortunas e “até o fogo das caldeiras se alimenta com vértebras e torresmos de baleia”.

12. Esta expressão significa que alguém, na ânsia de “roubar” a baleia, atira o arpão por cima de outra canoa que está mais perto do animal.

12.1. O trancador era quem segurava a linha que ia agarrada ao arpão, mas neste texto surge como sinónimo de “arpoador”, por exemplo na passagem “o trancador lança o ferro”.

13.1. Segundo o dicionário, “epopeia” é um poema narrativo que celebra factos grandiosos que é protagonizado por um herói individual ou coletivo. Pode significar também uma série de grandes acontecimentos. Assim, no contexto deste conto, aqueles sete homens que seguem na canoa à pesca da baleia são os heróis em busca da conquista do “monstro”, numa aventura que durava horas ou até dias digna de ser relatada de geração em geração.

14. O vigia tem dupla função. Em primeiro lugar, é ele que, do poleiro, avista a baleia e toca o búzio para a população ouvir o seu chamamento. Em segundo lugar, durante a perseguição vai acendendo fogueiras para guiar as canoas com o fumo, “para a direita, para a esquerda, para o largo”, seguindo um código muito próprio.

15. O mais difícil, segundo o narrador, é trazer a baleia para terra, tarefa que, às vezes, demorava dias no caso de o bicho arrastar as canoas para muito longe. Nestas situações tinha de ser o reboque a trazer o animal para a costa.

16. O narrador participa na história, como espetador, fazendo uso da primeira pessoa. É, assim, um narrador homodiegético, pois participa na história sem ser o protagonista: “Vejo daqui a fiada de casas à beira da estrada”; “num dia vi cinco na baía do Porto Fim”…

16.1. No último parágrafo, o narrador termina o conto referindo que ficou marcado por três aspetos, essencialmente: “a posta gorda de carniça”, “o cheio a fartum” e o navio americano “que corre o mar, deixando um rasto de fumo e de sangue.”

II

1.            S. Jorge, Faial, Pico

1.1.        orca, baleia-azul, leão-marinho, foca, golfinho

2.    carcaças, tripas, ossos, vértebras, torresmos, asas, barbatanas, olhos, cabeçorra, …

3.    a-3; b-5; c-6; d-1; e-4; f-2

3.1.        a-3; b-1; c-1; d-2; e-5;f-5; g-3; h-5; i-1; j-4; k-6; l-2; m-6

4.    Lá de cima do poleiro o vigia erguer-se-á de salto, dará sinal de baleia à vista com o búzio e todos os homens desatarão a correr para as canoas.

4.1. a) O vigia avistá-la-á.

b) As mulheres largá-los-ão se for preciso.  

c) Os pescadores segui-las-iam durante dias, se fosse preciso.

d) O narrador fê-lo.

e) As gentes da ilha contá-los-ão durante anos.

f) As gentes da ilha contar-lhes-ão todas as aventuras.

g) As gentes da ilha contar-lhes-iam todas as aventuras.

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