I
Compreensão
do oral
Ouve atentamente o conto tradicional “A
noiva do corvo” de Teófilo
Braga. De seguida escolhe a alínea que completa corretamente cada uma das
afirmações (20 pontos):
| 
1. Havia, numa terra, um corvo que queria casar. À
  primeira rapariga que recusou o seu pedido, o corvo 
a. prometeu vingar-se. ____ 
b. arrancou-lhe um pedaço do braço. ____ 
c. arrancou-lhe os olhos. ____ 
d. bicou-lhe as orelhas até sangrarem. ____ 
2. Com medo, uma rapariga aceitou casar-se com o corvo.
  A vizinha aconselhou-a a 
a. chamuscar-lhe as penas. ____ 
b. arrancar-lhe algumas penas quando adormecesse.____ 
c. deitar-lhe veneno na comida. ____ 
d. contratar um bandido para o matar.____ 
3. A vizinha achava que, assim, 
a. o corvo não magoaria mais a esposa. ____ 
b. lhe quebraria o feitiço. ____ 
c. dessa maneira ficaria com a magia do corvo.____ 
d. o corvo morreria.____ 
4. Ao fazer o que a vizinha lhe aconselhou, a rapariga 
a. ficou sem os olhos. ____ 
b. recebeu a magia do marido. ____ 
c. enfraqueceu o corvo. ____ 
d. dobrou o encantamento do corvo.___ | 
5. O corvo pediu à mulher que chamasse os pássaros para 
a. lhe darem as suas penas. ____ 
b. chorarem no seu funeral. ____ 
c. adorarem o seu rei. _____ 
d. o levarem até ao paraíso. ____ 
6. Logo de seguida, o corvo 
a. morreu. ____ 
b. ficou transformado em pó. ____ 
c. bateu as asas e desapareceu. ____ 
d. foi levado pelo demónio. ____ 
7. Antes de desaparecer, o corvo disse à mulher que,
  para o tornar a ver, teria de 
a. dançar durante sete semanas. ____ 
b. romper uns sapatos de ferro. ____ 
c. fazer um pacto com o diabo. ____ 
d. mandar rezar uma missa pela sua alma. ____ 
8. Ao perguntar a um velho se tinha visto um pássaro,
  aquele disse-lhe que 
a. não tinha visto nenhum. ____ 
b. só tinha visto rolas e pombas. ____ 
c. naquela zona não havia pássaros. ____ 
d. vira muitos na fonte Madrepérola. ____ | 
| 
9. Um corvo que encontrou disse-lhe para entrar numa
  casa ao pé de uma fonte e para 
a. matar o velho que a guardava e quebrar as gaiolas
  que ele tinha.____ 
b. procurar aí o seu marido. ____ 
c. esperar aí o rei dos pássaros. ____ 
d. bater à porta. _____ | 
10. Ao fazer o que o corvo mandou, a rapariga descobriu
  que o seu marido era 
a. um feiticeiro.____ 
b. um belo rapaz. ____ 
c. o rei. ____ 
d. um duende encantado. ____ | 
II
Leitura
Lê o texto com atenção e, de seguida,
responde às questões:
| 
1 
5 
10 
15 
20 | 
          Cão
  bonito, dizia eu, em momentos raros. E era um acontecimento lá em casa. Os
  filhos como se reconciliavam comigo, minha mulher sorria, o cão começava por
  ficar surpreendido e depois reagia com excesso de euforia[1],
  o que por vezes me fazia arrepender da expressão carinhosa. 
          Cão
  bonito. E ei-lo aos pulos, a dar ao rabo, a correr a casa toda. 
          Digamos
  que aquele cão era quase um especialista nas relações com os humanos. Tinha o
  dom de agradar e de exasperar[2].
  Mas assim que eu dizia ―Cão bonito― ele não resistia. Deixava-se dominar pela
  emoção, o que não era vulgar num cão que fazia o possível e o impossível para
  não o ser. 
          Mas
  faça-se justiça: sempre partilhou as nossas alegrias e as nossas tristezas.
  Estou a vê-lo no dia do funeral do meu pai. Quando viemos do cemitério ele
  correu a casa toda, percebeu que havia uma falta, ou talvez sentisse uma
  presença que nós fisicamente já não sentíamos. Subiu as escadas, desceu as
  escadas, entrou e saiu de cada sala, deu voltas ao jardim, tornou a correr a
  casa toda. Até que de repente parou e foi enroscar-se, como sempre, aos pés
  de meu pai, quero dizer, em frente à cadeira vazia onde meu pai costumava
  sentar-se. Ou talvez para ele a cadeira não estivesse assim tão vazia. 
          ― Ele
  está a sentir o avô, disse o meu filho mais velho. 
          E
  talvez fosse verdade. Talvez para ele o meu pai estivesse mesmo deitado aos
  seus pés. Talvez o meu pai lhe estivesse a fazer uma festa, o que era um
  facto verdadeiramente excecional. E talvez só ele a sentisse. Não víamos o
  que ele via, e não sabíamos o que ele sabia. 
          (É
  possível que o meu pai também ande por aí. Às vezes sinto-o dentro de mim,
  ele apodera-se dos meus gestos, entra no meu andar, não é a primeira vez que
  a minha irmã me diz: Pareces o pai. 
          Mas não
  sei se ela sabe que a cadeira vazia do pai não está vazia, há nela uma
  ausência sentada e agora, sempre que vamos a Águeda, há, a seus pés outra
  ausência enroscada.) 
Manuel Alegre,
  Cão como nós, Dom Quixote | 
1.   
Raramente
o narrador chamava “Cão bonito” (l. 1) ao seu cão.
1.1.       
Refere
o sentimento que o dominava ao usar esta expressão (4 pontos).
2.   
Explica
o significado da expressão “em momentos raros” (l. 1) (4 pontos).
3.   
A
família reagia à forma como o narrador tratava o seu cão. Que motivos os
levariam, na tua opinião, a reagir daquela maneira (5 pontos)?
4.   
Segundo
o narrador, o cão comportava-se como um ser humano. 
4.1.       
Apresenta
as razões que apoiam este ponto de vista (6 pontos).
5.   
“Mas
faça-se justiça: sempre partilhou as nossas alegrias e as nossas tristezas.”
(l. 9).
5.1.       
Descreve
o acontecimento que serve de argumento a esta afirmação (5 pontos).
6.   
O
cão acaba por ser o protagonista deste conto. Apresenta dois argumentos que fundamentem
esta afirmação (6 pontos).
III
Gramática
1.   
Refere
a subclasse dos nomes que se seguem (3 pontos): 
| 
Cão | 
flora | ||
| 
Euforia | 
biblioteca | ||
| 
cimento | 
Kurika | 
2.   
Identifica
a subclasse a que pertencem os determinantes presentes nas frases que se seguem
(2,5 pontos):
a.   
Este
cão parece uma pessoa!
b.   
Que
cão preferes?
c.   
Certa
pessoa elogiou o nosso cão.
3.   
Identifica
as funções sintáticas sublinhadas no excerto de Cão como nós que se segue (3,5 pontos):
“É certo que às vezes me rosnava. Mas
um cão não rosna ao dono, mesmo que se trate de um cão com a mania que o
não é. Por isso tinha de o meter na ordem. O que às vezes fazia,
confesso, com algum prazer, revoltado com as liberdades que ele se
permitia com o resto da família. Então era preciso repor a hierarquia,
eu era o dono, ele era o cão, eu levantava a mão e ele agachava-se.”
3.1.       
Dos
enunciados sublinhados, retira um grupo nominal, um verbal e um preposicional
(1,5 pontos).
4.   
Refere
se as frases que se seguem estão na voz ativa ou na passiva, colocando à sua
frente as letras (A) ou (P), conforme o caso (1,5 pontos):
a.   
O
narrador possuía um cão teimoso. (       
)
b.   
Kurika
foi recebido pela família do narrador com muito amor. (        )
c.   
Este
cão é amado por todos. (        )
4.1.       
Retira,
das frases atrás apresentadas, os complementos agente da passiva (2 pontos). 
4.2.       
Agora,
transforma as frases, passando as que estão na voz ativa para a passiva e
vice-versa (6 pontos).
IV
Escrita
            Redige um texto de opinião, correto
e bem estruturado, com um mínimo de 90 e um máximo de 140 palavras, em que dês
a tua opinião acerca dos benefícios que os animais domésticos representam na
vida das pessoas (30 pontos)
            O teu texto deve incluir:
            - um parágrafo de abertura, ou
introdução, para apresentação do assunto;
            - um ou mais parágrafos de
desenvolvimento;
            - um último parágrafo, de conclusão.
************
                                      Atenção: *Antes de redigires o texto,
esquematiza, numa folha de rascunho, as ideias que pretendes desenvolver na
introdução, no desenvolvimento e na conclusão (planificação);
                   *Tendo em conta a tarefa,
redige o texto segundo a tua planificação (textualização);
                   *Segue-se a etapa de revisão, que te permitirá
detetar eventuais erros e reformular o texto. Para tal, consulta o conjunto de
tópicos que a seguir te apresento:
| 
Tópicos de
  revisão da Expressão Escrita | 
Sim | 
Não | 
| 
Respeitei
  o tema proposto? | ||
| 
Estruturei
  o texto em introdução, desenvolvimento e conclusão? | ||
| 
Respeitei
  as características do tipo de texto solicitado? | ||
| 
Selecionei
  vocabulário adequado e diversificado? | ||
| 
Utilizei
  um nível de linguagem apropriado? | ||
| 
Redigi
  frases corretas e articuladas entre si? | ||
| 
Respeitei
  a ortografia correta das palavras? | ||
| 
Respeitei
  a acentuação correta dos vocábulos? | ||
| 
Identifiquei
  corretamente os parágrafos? | ||
| 
A
  caligrafia é legível e sem rasuras? | 
BOM TRABALHO!                 A
DOCENTE:  Lucinda Cunha
Proposta
de correção
Grupo
I-1.c; 2.a; 3.b; 4.d; 5.a; 6.c; 7.b; 8.d; 9.a; 10.c
A Noiva do Corvo
Havia numa terra uma mulher, que tinha em sua
companhia um corvo. Defronte dela moravam três raparigas muito lindas. Como o
corvo queria casar, mandou falar à mais velha; respondeu-lhe que não, e o
corvo, raivoso, arrancou-lhe os olhos. Sucedeu o mesmo com a segunda, até que a
terceira sempre se sujeitou a casar com o corvo.
Tempos depois de já viverem na sua casa, a rapariga
falou a uma vizinha no seu desgosto de estar casada com um corvo; a vizinha
aconselhou-lhe que lhe chamuscasse as penas, porque podia ser obra de
encantamento, e assim se quebraria. Quando à noite se foram os dois deitar, a
rapariga chegou a candeia às penas do corvo; ele acordou logo, dando um grande
berro:
- Ai, que me dobraste o encantamento! Se me queres
salvar, vai pôr-te àquela janela, e todos os pássaros que vires, chama-os e
pede-lhes assim: «Venham, passarinhos, venham despir-se para vestir el-rei que
está nu.» De facto os passarinhos começaram a vir poisar na janela, e cada um
deixava cair uma pena com que o corvo se foi cobrindo. Depois que ficou outra
vez emplumado, o corvo bateu as asas e desapareceu, dizendo para a mulher:
«Agora se me quiseres tornar a ver sapatos de ferro hás-de romper.»
A pobre rapariga ficou sozinha toda aquela noite, e
logo que amanheceu foi comprar uns sapatos de ferro e meteu-se a correr o
mundo. Tinha os sapatos quase estragados de andar, quando encontrou um velho e
lhe perguntou se não tinha visto um pássaro. O velho respondeu:
- Eu venho da fonte da Madrepérola, onde estavam
bastantes.
Ela continuou o seu caminho, e antes de chegar à
fonte ali encontrou um corvo que lhe disse:
_ Olha, se quiseres salvar o rei, vai à fonte, onde
estará uma lavadeira a lavar um vestido de penas, tira-lho e lava-o tu. Ao pé
da fonte está uma casa, e um velho que a guarda; entra aí, mata o velho para
poderes quebrar todas as gaiolas e dar a liberdade aos pássaros que ele tem lá
presos.
A rapariga chegou à fonte, e fez como o corvo lhe
tinha dito: lavou o vestido de penas, e depois entrou na casa onde estava o
velho, fingiu que via vir pelo mar uma linda embarcação; o velho chegou-se à
janela e a rapariga pegou-lhe pelas pernas e deitou-o ao mar. Depois quebrou
todas as gaiolas e os pássaros em liberdade tornaram-se príncipes que estavam
encantados, e entre eles estava o seu marido, que era o rei e lhes pôs
obrigação de a servirem toda a vida.
Grupo
II (questões e respostas retiradas de um teste do manual Conto Contigo 7, da
Areal editores, pp. 6 e 7 do caderno “Avaliação”
1.1.
O narrador mostra-se dominado pela afeição/ simpatia relativamente ao animal.
2.
A expressão pode significar que os sentimentos do narrador para com o seu cão
oscilavam, isto é, nem sempre estava disponível para ser amistoso com o animal.
3.
Presume-se que a mulher e os filhos do narrador tinham uma grande simpatia e
ternura pelo cão, o que não era tão evidente no narrador. Assim, sempre que
este era amável com o cão, toda a família se alegrava.
4.1.
O cão reagia, emotivamente, à alegria e à tristeza, à semelhança do que fazem
os humanos, comportando-se em conformidade com estas emoções. O narrador
esforça-se por fazer uma avaliação correta do comportamento do cão,
reconhecendo que ele estava sempre atento aos acontecimentos familiares.
5.1.
O acontecimento que confirma esta afirmação é a partilha da tristeza, no
momento da morte do pai do narrador.
6.
Apesar de a narrativa ser feita na 1ª pessoa, é o cão que o narrador descreve
pormenorizadamente, apresentando-o como o protagonista do acontecimento
relatado, a morte do seu pai. Aliás, o próprio título, “Cão como nós” indicia
que a personagem principal é o cão.
Grupo
III
1.cão-
nome comum contável
euforia-
nome comum não contável
cimento-
nome comum não contável
flora-
nome comum coletivo não contável
biblioteca-
nome comum coletivo contável
Kurika-
nome próprio
2.
Este-
demonstrativo; uma – artigo indefinido 
Que -
interrogativo
Certa –
indefinido; nosso- possessivo
3. ao
dono-  complemento indireto
o- complemento direto
 na ordem- complemento oblíquo
 ele- sujeito  
a
hierarquia-
complemento direto
era o
dono- predicado
agachava-se-
predicado
3.1. um
grupo nominal- o, ele, a hierarquia
um grupo verbal-
era o dono, agachava-se
um grupo preposicional-
ao dono, na ordem
4. 
O narrador
possuía um cão teimoso. (  A )
Kurika foi
recebido pela família do narrador com muito amor. (  P  )
Este cão é
amado por todos. (   P  )
4.1. pela
família; por todos
4.2. Um
cão teimoso era possuído pelo narrador.
A família
do narrador recebeu Kurika com muito amor.
Todos amam
este cão.
Grupo IV-
resposta aberta
 
muito complicado
ResponderEliminar:-) não se pode facilitar demasiado...
EliminarOlá, Lucinda.
ResponderEliminarObrigada por partilhar estes materiais sempre tão úteis.
Será que também poderá disponibilizar ou dizer onde poderei encontrar o audio da compreensão oral deste teste?
muito obrigada por partilhar estes materiais... facilitam muito a nossa vida
ResponderEliminarMuito obrigada pela vossa ajuda ajudou bastante.
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